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RETINOPATIA DIABÉTICA é uma das principais complicações da diabetes

Foto do escritor: Dr. Ever RodriguezDr. Ever Rodriguez

Atualizado: 2 de fev.

No Brasil a Diabetes é a principal causa de cegueira dos 20 aos 74 anos. Aproximadamente 50% dos pacientes com diabetes irão desenvolver alguma forma de retinopatia diabética (RD) durante a vida. Pacientes diabéticos têm risco de cegueira 30 vezes maior do que não-diabéticos. A retinopatia diabética (RD) ocorre quando há alterações nos vasos sanguíneos da retina.

Olho normal e retinopatia diabetica
Diferenças entre olho normal e com retinopatia diabética

Fatores de risco para retinopatia diabética:

  • Hiperglicemia

  • Hemoglobina glicada (A1C) acima de 7%.

  • Hipertensão arterial sistêmica

  • Dislipidemia

  • Duração do diabetes

  • Etnia (mais comum em hispânicos e asiáticos)

  • Gravidez

  • Puberdade

  • Cirurgia de catarata.


Complicações e hemoglobina glicada
Hemoglobina glicada (A1C) e risco relativo de complicações microvasculares. DCCT

Geralmente, a retinopatia diabética afeta ambos os olhos. Pessoas com retinopatia diabética muitas vezes não percebem as mudanças em sua visão durante os estágios iniciais da doença. Mas à medida que a doença progride, a retinopatia diabética causa uma perda de visão que, em muitos casos, não pode ser revertida.


Existem dois tipos de retinopatia diabética:


Retinopatia Diabética não Proliferativa (RDNP) é o primeiro estágio de retinopatia diabética. Quando esta condição existe, os vasos sanguíneos danificados permitem uma fuga de fluidos sanguíneos para o olho. Ocasionalmente, depósitos de colesterol ou outras gorduras do sangue podem entrar na retina. Muitas pessoas com diabetes têm RDNP leve, que geralmente não afeta a visão. No entanto a visão pode ser afetada, como resultado do edema e isquemia macular.


Retinopatia Diabética Proliferativa (RDP) ocorre principalmente quando os vasos sanguíneos anormais, chamados neovasos (novos vasos), crescem na superfície da retina ou do nervo óptico. A proliferação dos neovasos também pode causar:

  • Descolamento de retina levando a cegueira.

  • Hemorragia vítrea pelo sangramento na parte interna e posterior do olho. Nos casos mais graves, o sangue pode preencher a cavidade vítrea e bloquear completamente a sua visão

  • Glaucoma neovascular; e’ uma complicação tardia da Retinopatia Diabética causada pela formação dos neovasos na íris (parte mais visível e colorida do olho) que podem bloquear o escoamento normal do humor aquoso (liquido presente na parte anterior do olho). A pressão no olho aumenta, o que representa uma condição particularmente grave que pode causar danos irreversíveis ao nervo óptico.

Sintomas da Retinopatia Diabética:


A medida que a doença progride, os sintomas podem incluir:

  • Pontos pretos, manchas flutuantes ou alterações similares a teias de aranha na visão (chamadas de “moscas volantes”)

  • Visão turva ou visão embaçada

  • Visão que muda periodicamente de borrada para clara

  • Perda de visão central ou periférica.

Em geral, a retinopatia diabética leva anos para se desenvolver, por isso é importante ter exames oftalmológicos regulares. A Academia Americana de Oftalmologia recomenda o seguinte (Intervalo no seguimento dos pacientes)

  • Sem retinopatia ou RDNP leve: avaliação anual.

  • RDNP moderada sem edema macular: avaliação a cada 6 meses.

  • RDNP leve ou moderada com edema macular: avaliação a cada 3-4 meses.

  • RDNP grave: avaliação a cada 3-4 meses.

  • RDP: avaliação mensal.

  • Durante a gravidez: Mulheres grávidas com diabetes devem marcar uma consulta com seu oftalmologista no primeiro trimestre, pois a retinopatia pode progredir rapidamente durante a gravidez.

Tratamento


O melhor tratamento para a retinopatia diabética é a prevenção. O controle rigoroso do açúcar no sangue irá reduzir significativamente o risco a longo prazo de perda de visão; uma redução de 1% na hemoglobina glicada (A1C) reduz o risco de RD em 40%, controle da hipertensão arterial (10 mmHg de redução na PA sistólica reduz o risco de progressão da RD em 35%). Geralmente, o tratamento não cura a retinopatia diabética nem costuma restaurar a visão normal, mas pode retardar a progressão da perda de visão. Sem tratamento, a retinopatia diabética progride continuamente. O controle cuidadoso do diabetes com uma dieta adequada, uso de pílulas hipoglicemiantes, insulina ou com uma combinação desses tratamentos, prescritos pelo médico endocrinologista, são a principal forma de evitar a retinopatia diabética.


  • Fotocoagulação por raio laser: é o procedimento pelo qual pequenas áreas da retina doente são cauterizadas com a luz de um raio-laser na tentativa de prevenir o processo de hemorragia. O ideal é que esse tratamento seja administrado no início da doença, possibilitando melhores resultados, por isso é extremamente importante a consulta periódica com seu oftalmologista.


Laser na Retina
Fotocoagulação com laser
  • Vitrectomia posterior (VVPP) é um procedimento cirúrgico que tem o objetivo de remover o gel vítreo (fluido gelatinoso e transparente que ocupa a maior parte do globo ocular, cuja função é absorver impactos e manter o formato do olho), hemorragias e tecido fibroso. O procedimento é realizado com a utilização de um aparelho chamado vitreófago, o qual é capaz de remover o vítreo. Assim, é possível substitui-lopor solução salina, gás ou óleo de silicone nos caso mais graves Ela é indicada na retinopatia diabética, hemorragia vítrea e outras doenças.


Vitrectomia posterior
Fases da vitrectomia posterior
  • Injeção de medicamentos no vítreo, em alguns casos, os medicamentos (anti-VEGF) podem ser usados ​​para ajudar no tratamento da retinopatia diabética. Exemplos incluem Bevacizumabe (Avastin), Ranibizumabe (Lucentis) e Aflibercepte (Eylea).


Aplicação de Anti-VEGF
Injeção de medicação Anti-VEGF

Se você tem diabetes, consulte seu oftalmologista para realizar um exame de fundo de olho sobre dilatação, mesmo que sua visão pareça normal, pois é importante detectar os estágios iniciais da doença.

Fontes: https://www.aao.org


Responsável: Dr. Ever Ernesto Caso Rodriguez | CRM-SP: 160.376

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