UveĆte IntermediĆ”ria: Entenda em Detalhes essa Inflamação Ocular Silenciosa e Potencialmente Grave
- Dr. Ever Rodriguez
- 2 de mai.
- 5 min de leitura
Atualizado: 5 de ago.
A UveĆte IntermediĆ”riaĀ Ć© uma inflamação ocular que afeta a regiĆ£o do vĆtreo e a retina perifĆ©rica. Embora menos comum que outros tipos de uveĆte, essa condição pode evoluir de forma silenciosa, causando sĆ©rios danos Ć visĆ£oĀ se nĆ£o for diagnosticada e tratada adequadamente.
Neste artigo, vocĆŖ vai descobrir o que Ć© a uveĆte intermediĆ”ria, suas causas, sintomas, formas de diagnóstico, quais sĆ£o os tratamentos mais eficazes e o prognóstico. Um conteĆŗdo completo, atualizado para pacientes e profissionais da saĆŗde.

O que Ć© UveĆte IntermediĆ”ria?
A UveĆteĀ Ć© a inflamação da Ćŗvea, camada mĆ©dia do olho que inclui a Ćris, corpo ciliar e coroide. No caso da UveĆte IntermediĆ”ria (Intermediate Uveitis), o processo inflamatório compromete especialmente:
O vĆtreoĀ (substĆ¢ncia gelatinosa dentro do olho)
A Pars Plana (região do corpo ciliar próxima à retina periférica)
A Retina PerifƩrica
Ela Ć© chamada de āintermediĆ”riaā justamente por ocorrer entre a cĆ¢mara anterior (Ćris) e a retina central (parte posterior do olho).
Principais Sinais da UveĆte IntermediĆ”ria
Vitrite: presenƧa de cĆ©lulas inflamatórias no vĆtreo
SnowBalls (Bolas de neve): acúmulo de células inflamatórias (ocorre em até 100% dos casos de pars planite).
SnowBanking (Bancos de neve): depósitos esbranquiçados na pars plana.
Periflebite: inflamação das veias da retina, comum em até 36% dos casos.
Embainhamento Vascular Periférico: alterações inflamatórias nas vênulas da retina periférica.
Quando nĆ£o se identifica uma causa especĆfica, chamamos essa condição de UveĆte IntermediĆ”ria tipo Pars Planite.
Estima-se que a Uveite Intermediaria represente 1,4% a 31% dos casos de uveĆteĀ em adultos e atĆ© 20% dos casos em crianƧas.
Quem Tem Maior Risco de Desenvolver UveĆte IntermediĆ”ria?
Pessoas entre 20 e 40 anos: faixa etƔria mais afetada.
Pessoas caucasianas não hispânicas: têm risco aumentado.
IndivĆduos com predisposição genĆ©tica: associação com antĆgenos HLA-DR2 e HLA-DR15.
Importante: apesar desses fatores, qualquer pessoaĀ pode desenvolver uveĆte intermediĆ”ria, incluindo crianƧas e idosos.
Quais SĆ£o as Principais Causas da UveĆte IntermediĆ”ria?
As causas podem ser divididas em:
1. IdiopƔtica (Pars Planite)
Sem causa definida
Representa a maioria dos casos Ā de uveĆte intermediĆ”ria
2. DoenƧas Infecciosas
Tuberculose (especialmente em regiões endêmicas)
SĆfilis
Lepra
DoenƧa de Lyme
Toxoplasmose
ToxocarĆaseĀ
DoenƧa de Whipple
VĆrus HTLV-1
3. Doenças Autoimunes e Sistêmicas
Sarcoidose (doença que forma granulomas nos órgãos)
Esclerose Múltipla (doença neurológica autoimune que pode se manifestar inicialmente nos olhos)
Doença Inflamatória Intestinal
SĆndrome de Nefropatia Intersticial e UveĆte (TINU)
4. Sindrome Mascarada (Simulam UveĆte)
Linfoma primĆ”rio do Sistema Nervoso Central/ Linfoma Vitreo-retinianoĀ pode simular uveĆte intermediĆ”ria (caso raro).
MetƔstases oculares
Amiloidose
Retinose pigmentar
Quais SĆ£o os Sintomas da UveĆte IntermediĆ”ria?
Os principais sintomas são:
Moscas volantes: sensação de pontos ou filamentos flutuando no campo de visão
Visão turva ou embaçada
Dificuldade de enxergar à distância
Diminuição da acuidade visual
FotofobiaĀ (sensibilidade Ć luz, menos comum)
Diferente de outros tipos de uveĆte, nĆ£o costuma haver dor ocular intensaĀ ou vermelhidĆ£o significativa.
Atenção:Ā a UveĆte IntermediĆ”ria crĆ“nica pode levar ao Edema Macular Cistóide, principal causa de perda visual nesses pacientes.
Como Ć© Feito o Diagnóstico da UveĆte IntermediĆ”ria?
O diagnóstico é feito com base em:
História clĆnica detalhada
Exame oftalmológico completo, incluindo:
Biomicroscopia do segmento anterior
Exame do fundo de olho (mapeamento de retina)
Pesquisa de cĆ©lulas inflamatórias no vĆtreo
Dr. Ever especilaista em Uveites realizando exame oftalmologico
Exames complementares ajudam a esclarecer a causa:
Hemograma, PCR e VHS (para detectar inflamação)
SorologiasĀ (sĆfilis, toxocarĆase, toxoplasmose, tuberculose)
Radiografia de tórax (avaliar sarcoidose ou tuberculose)
Ressonância magnética de encéfalo (se houver suspeita de Esclerose Múltipla)
Tomografia de coerência óptica (OCT) da Retina para avaliar edema macular
Angiografia fluoresceĆnica, em casos de alteraƧƵes vasculares
Em casos especĆficos, pode-se realizar Vitrectomia DiagnósticaĀ para descartar linfoma.
Tratamento da UveĆte IntermediĆ”ria: Como Controlar a Inflamação
O objetivo do tratamento é controlar a inflamação, evitar complicações e preservar a visão. A escolha da terapia depende da gravidade e da causa. As opções são:
1. Corticoterapia
Corticoides orais: primeira linha de tratamento em inflamaƧƵes moderadas a graves.
Injeções perioculares (corticóide ao redor do olho): para reduzir efeitos colaterais sistêmicos.
Implantes intravĆtreos de corticosteroide: para casos refratĆ”rios.
2. Imunossupressores
Usados em casos refratƔrios ou para reduzir uso prolongado de corticoides
Ex: metotrexato, azatioprina, micofenolato mofetil.
3. Terapias Biológicas
Anti-TNF (adalimumabe, infliximabe)
Recomendados em casos severos ou resistentes
4. Tratamento EspecĆfico (Infeccioso)
Antibióticos ou antiparasitÔrios conforme o agente etiologico.
Em casos de UveĆte IntermediĆ”ria refratĆ”ria ou com contraindicação a corticosteroides/ imunossupressores, pode-se utilizar crioterapiaĀ ou fotocoagulação a laser perifĆ©rica.
Crioterapia: eficaz após falha dos esteroide, controla a inflamação em até 90% dos casos e reduz a vitrite em 78%. Pode causar catarata, hipema.
Fotocoagulação a Laser Periférica: menos doloroso e mais fÔcil de aplicar, reduz edema macular, vitrite e neovascularização em até 60% dos casos.
6. Tratamento CirĆŗrgico da UveĆte IntermediĆ”ria
6.1. Vitrectomia Pars Plana (PPV)
Indicada para casos refratĆ”rios, com complicaƧƵes como Edema Macular Cistóide (CME), Hemorragia VĆtrea Recorrente ou Descolamento de Retina.
Resultados:
Melhora da acuidade visual em 66%Ā dos casos.
Redução do CME de 42,1% para 12,5%.
Estudos em crianças mostraram melhora visual significativa e regressão do CME após PPV precoce.
Comparada à terapia imunossupressora, a PPV teve maior taxa de resolução da inflamação (82% vs. 43%).
ComplicaƧƵes: catarata e hemorragia vĆtrea.
6.2. Cirurgia de Catarata
Frequentemente necessÔria em pacientes com UI devido à inflamação crÓnica ou uso prolongado de corticosteroides.
Pré-requisito: controle adequado da inflamação antes da cirurgia.
Técnica: facoemulsificação com implante de lente intraocular.
Resultados:
Melhora visual em até 94,2% dos olhos.
71,2% com visão final ℠20/60.
Tanto a Vitrectomia Pars Plana (PPV) quanto a Cirurgia de Catarata sĆ£o eficazes no manejo de complicaƧƵes da UveĆte IntermediĆ”ria. A chave para bons resultados cirĆŗrgicos Ć© o controle prĆ©vio da inflamação, tĆ©cnica cirĆŗrgica cuidadosa e acompanhamento pós-operatório rigoroso.
Prognóstico da UveĆte IntermediĆ”ria
O prognóstico varia dependendo da causa e da resposta ao tratamento. Em geral:
Com diagnóstico precoce e tratamento adequado, a maioria dos pacientes mantém uma boa visão.
Sem tratamento, hƔ risco de complicaƧƵes como:
Edema macular persistente
Catarata
Glaucoma
Descolamento de retina
Atrofia de retina e Nervo Ćptico
Por isso, o acompanhamento regular com Oftalmologista Especialista em UveĆtes Ć© essencial.
Conclusão
A UveĆte IntermediĆ”riaĀ Ć© uma doenƧa inflamatória ocular que, embora pouco conhecida, pode causar sĆ©rios problemas visuais. Identificar precocemente os sintomas e procurar avaliação mĆ©dica Ć© o melhor caminho para preservar a saĆŗde ocular e garantir qualidade de vida.
Se vocĆŖ ou alguĆ©m que vocĆŖ conhece apresenta visĆ£o turva, moscas volantes ou outros sintomas oculares, procure um Oftalmologista Especialista em UveĆtes!
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ResponsÔvel: Dr. Ever Ernesto Caso Rodriguez | CRM-SP: 160.376
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