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Algumas Degenerações Periféricas da Retina Podem Causar Problemas Graves com Descolamento de Retina. Entenda e Previna!

  • Foto do escritor: Dr. Ever Rodriguez
    Dr. Ever Rodriguez
  • há 2 dias
  • 7 min de leitura

A Retina é uma estrutura essencial para a visão, localizada na parte posterior do olho. Ela capta a luz e envia sinais ao cérebro, permitindo que enxerguemos o mundo. No entanto, certas alterações nas suas regiões periféricas podem colocar a visão em risco. Essas alterações são chamadas de Degenerações Periféricas da Retina (Peripheral Retinal Degenerations) e algumas dessas alterações têm potencial para desencadear um Descolamento de Retina, uma condição grave que pode levar à perda visual permanente se não tratada.

Neste artigo, você vai entender o que são as Degenerações Periféricas da Retina, seus principais tipos, como são diagnosticadas, quais apresentam maior risco e, o mais importante, como prevenir complicações.

Algumas Degenerações Periféricas da Retina Podem Causar Problemas Graves com Descolamento de Retina.
Algumas Degenerações Periféricas da Retina Podem Causar Problemas Graves com Descolamento de Retina.

O que são Degenerações Periféricas da Retina?

As Degenerações Periféricas da Retina são alterações estruturais que acontecem nas partes mais externas da retina, longe da área central da visão (mácula). Muitas vezes, essas mudanças são assintomáticas e descobertas apenas em exames de rotina com o oftalmologista. No entanto, algumas delas estão diretamente associadas a um elevado risco de ruptura e descolamento da retina.


Apesar de algumas Degenerações Periféricas da Retina serem consideradas benignas, outras podem criar pontos de fragilidade onde o humor vítreo (gel que preenche o interior do olho) traciona a retina, favorecendo rupturas e consequente descolamento. Isso torna o diagnóstico precoce e o monitoramento regular fundamentais para preservar a visão.


Classificação das Degenerações Periféricas da Retina

As degenerações são classificadas de acordo com:

  • Localização: equatorial, periférica ou combinada

  • Morfologia: atrófica, tracional ou combinada

  • Profundidade: intra-retiniana, vítreo-retiniana ou coroido-retiniana

  • Risco de Descolamento de Retina: baixo, moderado ou alto

  • Evolução: estável ou progressiva

A seguir, conheça as principais Degenerações Periféricas da Retina divididas por grupos.


1. Degenerações Intra-Retinianas

Essas alterações ocorrem dentro da retina e podem ser detectadas usando exames como a Tomografia de Coerência Óptica (OCT). Entre as mais comuns estão:


1.1. Retinosquise (Senile Retinoschisis)

  • Definição: Separação das camadas da retina neurossensorial por fluido.

  • Prevalência: 2%–7% da população geral, mais comum em pessoas acima dos 40 anos, principalmente em quem tem hipermetropia.

  • Achados Clínicos: Geralmente assintomática. Elevação bolhosa da retina periférica (geralmente inferotemporal), imóvel à movimentação ocular

  • Diagnóstico: OCT mostra cavidades intrarretinianas hiporrefletivas, espessamento do epitélio pigmentar da retina (EPR) e separação na camada plexiforme externa.

  • Complicações: Pode progredir com descolamento de retina (0,05%–2,5%).

  • Tratamento: Fotocoagulação com laser de argônio em casos sintomáticos ou com risco de progressão do descolamento ameaçando a mácula.


1.2. Branco Sem Pressão (White Without Pressure)

  • Definição: Aparência esbranquiçada da retina periférica, sem pressão escleral.

  • Prevalência: Ocorre em até 30% dos olhos normais, frequentemente bilateral.

  • Características: lesões mais esbranquicadas que o "white-with-pressure"

  • Diagnóstico:

    • OCT: Hiper-refletividade das camadas retinianas externas, sem tração vítrea.

    • Angiofluoresceinografia: Pontos hiperfluorescentes periféricos.

  • Tratamento: Observação. Risco baixo de descolamento; reavaliação a cada 1–2 anos.


1.3. Branco Com Pressão (White With Pressure)

  • Definição: Opalescência periférica vista com depressão escleral; deve ser diferenciada de descolamento retiniano subclínico.

  • Prevalência: Presente em 30%–35% dos olhos ao exame com depressão escleral, mais comum em míopes na 2ª década de vida; sem predileção por sexo.

  • Complicações: Condição benigna, sem associação com roturas retinianas.


1.4. Escuro Sem Pressão (Dark-Without-Pressure)

  • Definição: Lesão plana, marrom, bem delimitada, na retina periférica.

  • Achados: Assintomático. Pode ocorrer posteriormente à área de "white-without-pressure", pode simular rotura retiniana.

  • Diagnóstico:

    • OCT: Hiporrefletividade na zona elipsoide, com perda ou desaparecimento de sua definição nas bordas.

  • Tratamento: Benigno; apenas acompanhamento de rotina.

1.5. Degeneração Cistoide Periférica (Peripheral Cystoid Degeneration)

  • Definição: Pequenas cavidades cistoides intrarretinianas, especialmente temporais.

  • Formas:

    • Típica: Presente em todos os adultos; pode evoluir para lesão cística e retinosquise.

    • Reticulada: 18% dos adultos; associada a cavidades na camada de fibras nervosas e retinosquise bolhosa, seguindo vasos da retina.

  • Diagnóstico: OCT com espaços cistoides microscópicos nas camadas plexiformes.

1.6. Degeneração em Floco de Neve (Snowflake Degeneration)

  • Definição: Pequenos pontos branco-amarelados periféricos, depósitos cristalinos.

  • Prevalência: Rara, comumente na região superotemporal, pode coexistir com outras degenerações periféricas (ex: retinosquise, lattice).

  • Complicações: Pode levar a roturas, buracos e descolamento de retina.

1.7. Degeneração Perolada (Pearl Degeneration)

  • Definição: Degeneração congênita com pérolas brancas entre a retina e a membrana de Bruch.

  • Prevalência: Presente em até 20% dos pacientes.

  • Diagnóstico: OCT mostrando pequenas cavidades


2. Degenerações Vítreo-Retinianas

Essas alterações envolvem a interação da retina com o vítreo (gel que preenche o centro do olho). As mais comuns incluem:


2.1. Degeneração tipo Lattice (Lattice Degeneration)

  • Definição: Áreas afinadas da retina periferica com perda da camada neurossensorial e adesão vítrea marginal.

  • Prevalência: 6%–8% da população.

  • Características: Áreas fusiformes com linhas brancas e liquefação vítrea. Possíveis orifícios atróficos e depósitos pigmentares.

  • Complicações: 14%–35% evoluem com descolamento de retina

  • Tratamento: Fotocoagulação profilática recomendada se houver tração vítrea associada a sintomas como fotopsias ou moscas volantes.


2.2. Snail-Track Degeneration

  • Definição: Grupos de pontos brancos brilhantes que lembram cristais ou granulação de gelo; considerada estágio precoce da lattice.

  • Prevalência: Presente em até 10% da população, mais comum em míopes (40%).

  • Características: Afinamento da retina com liquefação do vítreo acima da lesão; geralmente nas regiões superotemporal e superonasal.

  • Achados histológicos: Atrofia neural com depósitos lipídicos na retina interna.

  • Complicações: Roturas em até 54% dos casos.

  • Diagnóstico: Achados no OCT mostram superfície retiniana irregular, destruição vítrea e aderências com tração.


2.3. Tufos Retinianos (Retinal Tufts)

  • Definição: Áreas de tração vítrea sobre a retina; dividem-se em:

    • Císticos (5% dos adultos),

    • Não císticos (72%),

    • Zonulares (15%).

  • Complicações: Risco de roturas e descolamento de retina por tração vítrea.

  • Tratamento: Monitoramento com exames periódicos; maioria dos médicos não recomenda laser profilático.


2.4. Roturas Periféricas da Retina (Peripheral Retinal Tears)

  • Definição: Roturas isoladas da retina neurossensorial causadas por tração vítrea durante o descolamento vítreo posterior agudo (DVP agudo).

  • Prevalência: 9%–12% da população.

  • Características: Buracos ou rasgos retinianos; buracos geralmente por atrofia.

  • Complicações: Podem levar ao Descolamento de Retina Regmatogênico  em 3% a 18% dos casos

  • Tratamento: Fotocoagulação com ou sem retinopexia Pneumatica indicada em lesões sintomáticas.


3. Degenerações Coriorretinianas

Essas alterações ocorrem na camada de tecido que está abaixo da retina, chamada coróide. Exemplos incluem:


3.1. Paving-Stone Degeneration

  • Definição: Áreas arredondadas e bem delimitadas de atrofia coriorretiniana, com perda do epitélio pigmentar da retina (EPR) e coriocapilares.

  • Prevalência: Presente em 4%–28% da população, geralmente bilateral e sem predileção por sexo.

  • Achados: Localizadas entre a ora serrata e o equador, principalmente nos quadrantes inferonasal e temporal.

  • Complicações: Consideradas lesões benignas, sem risco associado de descolamento de retina ou outras complicações.


3.2. Drusas Periféricas da Retina (Peripheral Retinal Drusen)

  • Definição: Depósitos extracelulares de proteínas e lipídios entre o EPR e a membrana de Bruch, resultantes da degeneração celular do EPR.

  • Prevalência: Comuns em indivíduos com idade ≥40 anos.

  • Características: Pequenas, arredondadas e com bordas bem definidas, apresentam aspecto semelhante a cristais.

  • Complicações: São alterações benignas, sem risco de evolução para patologias retinianas graves.

  • Tratamento: Não há indicação para fotocoagulação profilática.


Peripheral Retinal Degenerations with and without risk of Retinal Detachment.
Degenerações Periféricas da Retina com e sem risco de Descolamento de Retina.

Como o Diagnóstico Precoce e o Acompanhamento São Essenciais?

Muitas vezes, as Degenerações Periféricas da Retina não apresentam sintomas até que estejam em estágios mais avançados. Isso torna o diagnóstico precoce extremamente importante. A exame de Fundo de Olho (Mapeamento de Retina), Retinografia e OCT de Retina são fundamentais para identificar qualquer mudança na retina, mesmo quando o paciente não sente nada.

Assim, é importante fazer consultas regulares com um oftalmologista, especialmente se você tem mais de 40 anos, tem miopia, hipermetropia, ou tem histórico familiar de problemas oculares.



Dr. Ever realizando exame de fundo de olho (Mapeamento de retina)
Dr. Ever realizando exame de fundo de olho (Mapeamento de retina)

Como Prevenir Complicações?

Em muitos casos, as Degenerações Periféricas da Retina podem ser tratadas ou monitoradas para evitar complicações, como o descolamento de retina. Algumas opções de tratamento incluem:

  • Fotocoagulação com Laser: Para tratar rupturas retinianas ou áreas com tração vítrea, evitando o descolamento de retina.

  • Retinopexia Pneumática: Procedimento cirúrgico minimamente invasivo utilizado para tratar descolamentos de retina regmatogênicos por meio da injeção intravítrea de gás expansível, promovendo o tamponamento do(s) rasgo(s) retiniano(s) e facilitando a aderência retino-coroide após retinopexia (com laser ou crioterapia).

  • Acompanhamento Regular: Pacientes com degenerações perifericas não predisponentes (benignas) podem ser apenas monitorados com exames regulares para garantir que as condições não evoluam.


O que Você Deve Fazer?

  • Consultas regulares com Oftalmologista são fundamentais, especialmente se você tem histórico familiar de doenças oculares ou já apresenta alterações na retina.

  • Exames de imagem, como a OCT de retina e Retinografia, ajudam a diagnosticar precocemente qualquer problema.

  • Fique atento aos sinais: visão turva, flashes de luz, moscas volantes ou perda de campo visual podem ser sinais de que algo não está certo.

Se você está passando da faixa etária de risco ou se tem qualquer fator relacionado a degenerações periféricas, não deixe de consultar um Oftalmologista Especialista em Retina. O diagnóstico precoce é a chave para a preservação da visão e para evitar complicações graves.

Cuide da sua visão e mantenha o acompanhamento! Sua saúde ocular depende de você!


Excelência no Tratamento das Degenerações Periféricas da Retina na Clínica EYECO

A Clínica EYECO Oftalmologia é referência no diagnóstico e tratamento das Degenerações Periféricas da Retina , combinando excelência médica e inovação tecnológica. Nossa equipe de especialistas, reconhecidos internacionalmente, está na vanguarda da oftalmologia, participando ativamente de pesquisas e congressos científicos nacionais e internacionais. Com um atendimento humanizado e baseado em evidências, oferecemos terapias avançadas para preservar sua visão. Agende sua consulta e confie no que há de mais moderno na oftalmologia.


Responsável: Dr. Ever Ernesto Caso Rodriguez | CRM-SP: 160.376

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