Complicações Oculares dos Inibidores do Checkpoint Imune: O Que Você Precisa Saber
- Dr. Ever Rodriguez
- 5 de jun.
- 4 min de leitura
Os Inibidores do Checkpoint Imune (ICIs) revolucionaram a oncologia moderna, proporcionando sobrevida prolongada em tumores antes considerados incuráveis, como o melanoma cutâneo metastático e o câncer de pulmão. Entretanto, embora eficazes, esses agentes podem desencadear complicações oculares significativas que, se não diagnosticadas e tratadas precocemente, podem comprometer a visão de forma irreversível.
Neste artigo, você vai conhecer em detalhes as complicações oculares dos inibidores do checkpoint imune, sua fisiopatologia, manifestações clínicas, estratégias de manejo e as evidências científicas mais atuais.

O Que São Inibidores do Checkpoint Imune?
Os Inibidores do Checkpoint Imune (ICIs) ou Checkpoint Inhibitors são anticorpos monoclonais que bloqueiam pontos reguladores da resposta imunológica, favorecendo a ativação de linfócitos T citotóxicos capazes de destruir células tumorais.
As principais classes incluem:
Inibidores de PD-L1: Atezolizumabe (Tecentriq), Avelumabe (Bavencio), Durvalumabe (Imfinzi).
Inibidores de PD-1: Pembrolizumabe (Keytruda), Nivolumabe (Opdivo).
Inibidores de CTLA-4: Ipilimumabe (Yervoy), Tremelimumabe.
Esse bloqueio potencializa a imunidade antitumoral, mas também pode precipitar reações autoimunes, incluindo complicações oculares severas.
Indicações Clínicas Aprovadas pela FDA para os Inibidores do Checkpoint Imune
Os Inibidores do Checkpoint Imune (ICIs) transformaram o tratamento de diversos tipos de câncer, com aprovações crescentes pela Food and Drug Administration (FDA). Atualmente, as principais indicações incluem:
Melanoma cutâneo metastático
Câncer de pulmão de células não pequenas (NSCLC)
Câncer de pulmão de pequenas células (Small Cell Lung Cancer)
Câncer colorretal instável microsatelital (MSI-H) ou com deficiência de reparo de mismatch (dMMR)
Carcinoma espinocelular de cabeça e pescoço (Squamous Cell Head & Neck Cancer)
Carcinoma de células de Merkel (Merkel Cell Carcinoma)
Carcinoma espinocelular cutâneo avançado (Advanced Cutaneous Squamous Cell Carcinoma)
Carcinoma hepatocelular (Hepatocellular Carcinoma)
Carcinoma de células renais avançado (Advanced Renal Cell Carcinoma)
Câncer cervical
Câncer de mama triplo-negativo (Triple-Negative Breast Cancer)
Carcinoma gástrico e da junção esofagogástrica (Gastric & GEJ Carcinoma)
Linfoma primário do mediastino de grandes células B (PMBCL)
Câncer urotelial localmente avançado ou metastático (Locally Advanced or Metastatic Urothelial Cancer)
Com a ampliação contínua dessas indicações terapêuticas, há um aumento proporcional na incidência de eventos adversos imunomediados, incluindo as cada vez mais reconhecidas complicações oculares dos inibidores do checkpoint imune.
Eventos Adversos Sistêmicos: Panorama Geral
Entre as complicações sistêmicas associadas aos Inibidores do Checkpoint Imune (ICIs), destacam-se:
Nefrite
Colite
Artrite
Doenças cutâneas, como psoríase
Disfunção hipofisária
Contudo, os Eventos Adversos dos Inibidores do Checkpoint Imune merecem destaque pela possibilidade de impacto funcional severo.
Eventos Adversos Oculares dos Inibidores do Checkpoint Imune
Miosite Orbitária: Relatada com o uso de Pembrolizumabe, manifestando-se como oftalmoplegia e ptose, com infiltração inflamatória confirmada por biópsia.
Inflamação Orbitária tipo Tireoidiana: Casos descritos com exames hormonais variáveis, incluindo pacientes com e sem doença de Graves prévia. Resposta favorável ao tratamento com corticosteroides.
2. Complicações Corneanas
Síndrome do olho seco: Um dos efeitos colaterais mais comuns, resultante de disfunção lacrimal.
Síndrome de Sjögren-like: Associada ao uso de inibidores de PD-1/PD-L1, com sialadenite identificada em biópsias de tecido salivar, mesmo com exames laboratoriais inconclusivos.
3. Uveíte: A Mais Prevalente das Complicações
Uveíte anterior: Frequentemente associada ao uso de ICIs.
Síndrome de Vogt-Koyanagi-Harada - Like: Casos relatados com Nivolumabe, Pembrolizumabe, Ipilimumabe, com reação de câmara anterior bilateral e coroidite, revertidos com corticoterapia sistêmica e intraocular.
Síndrome de Behçet-like: Com manifestações corneanas (erosões) e sistêmicas (úlceras orais e genitais), descrita com Pembrolizumabe.
Síndrome de Efusão Uveal: Notificada em pacientes após terapia com inibidores de PD-1/PD-L1.
4. Complicações Vítreas
Metástases Vítreas: Relatadas mesmo após tratamento com Ipilimumabe, evidenciando a complexidade imunológica do microambiente ocular.
5. Alterações Retinianas e Coroidais
Vasculite retiniana: Associada ao Ipilimumabe, com edema macular e vazamento vascular, tratados com esteroides intravítreos.
Retinopatia tipo MAR-like: Relatada com Nivolumabe, evidenciando anticorpos anti-retinianos e alterações funcionais em eletrorretinografia.
Neovascularização coroideana (CNV) e atrofia coriorretiniana: Após terapia combinada com Ipilimumabe/Nivolumabe.
Granulomas sarcoidianos coroidais: Induzidos por Nivolumabe.
Descolamento coroideano e fluido sub-retiniano: Eventos raros, mas potencialmente graves, especialmente com terapias combinadas.
6. Neuropatias Ópticas e Neuromusculares
Miastenia ocular: Com produção de anticorpos anti-receptores de acetilcolina, principalmente com Pembrolizumabe.
Miantenia Gravis Neurite óptica: Complicação séria associada ao Pembrolizumabe, onde a detecção precoce é crucial para preservar a visão.
Paralisias de nervos cranianos: Incluindo paresia do abducente, relatada com resolução após suspensão do fármaco e corticoterapia.
Abordagem Terapêutica das Complicações Oculares dos Inibidores do Checkpoint Imune (ICI)
O manejo das complicações oculares deve ser individualizado e multidisciplinar, envolvendo Oncologistas e Oftalmologistas. As principais estratégias incluem:
Corticosteroides tópicos: Para uveítes leves.
Corticosteroides intraoculares ou retroseptais: Em casos mais graves.
Corticosteroides sistêmicos: Quando indicado pelo oncologista.
Plasmaférese: Indicada em casos de miastenia grave.
Suspensão do ICI: Considerada apenas em casos refratários ou com risco iminente de perda visual.
Apesar da gravidade potencial, a maioria dos pacientes recupera a função visual com tratamento adequado. No entanto, há relatos de efeitos irreversíveis.
Por Que Conhecer as Complicações Oculares dos Inibidores do Checkpoint Imune é Fundamental?
O reconhecimento precoce das complicações oculares dos Inibidores do Checkpoint Imune (ICIs) é essencial para:
Prevenir perda visual irreversível
Otimizar a qualidade de vida dos pacientes oncológicos
Garantir a continuidade segura do tratamento antineoplásico
A integração entre Oftalmologistas e Oncologistas é fundamental para o manejo adequado, destacando a importância de protocolos bem definidos de monitoramento oftalmológico durante o uso de ICIs.
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