No Brasil a Diabetes é a principal causa de cegueira dos 20 aos 74 anos. Aproximadamente 50% dos pacientes com diabetes irão desenvolver alguma forma de retinopatia diabética (RD) durante a vida. Pacientes diabéticos têm risco de cegueira 30 vezes maior do que não-diabéticos. A retinopatia diabética (RD) ocorre quando há alterações nos vasos sanguíneos da retina.
Fatores de risco para retinopatia diabética:
Hiperglicemia
Hemoglobina glicada (A1C) acima de 7%.
Hipertensão arterial sistêmica
Dislipidemia
Duração do diabetes
Etnia (mais comum em hispânicos e asiáticos)
Gravidez
Puberdade
Cirurgia de catarata.
Geralmente, a retinopatia diabética afeta ambos os olhos. Pessoas com retinopatia diabética muitas vezes não percebem as mudanças em sua visão durante os estágios iniciais da doença. Mas à medida que a doença progride, a retinopatia diabética causa uma perda de visão que, em muitos casos, não pode ser revertida.
Existem dois tipos de retinopatia diabética:
Retinopatia diabética não proliferativa (RDNP) é o primeiro estágio de retinopatia diabética. Quando esta condição existe, os vasos sanguíneos danificados permitem uma fuga de fluidos sanguíneos para o olho. Ocasionalmente, depósitos de colesterol ou outras gorduras do sangue podem entrar na retina. Muitas pessoas com diabetes têm RDNP leve, que geralmente não afeta a visão. No entanto a visão pode ser afetada, como resultado do edema e isquemia macular.
Retinopatia diabética proliferativa (RDP) ocorre principalmente quando os vasos sanguíneos anormais, chamados neovasos (novos vasos), crescem na superfície da retina ou do nervo óptico. A proliferação dos neovasos também pode causar:
Descolamento de retina levando a cegueira.
Hemorragia vítrea pelo sangramento na parte interna e posterior do olho. Nos casos mais graves, o sangue pode preencher a cavidade vítrea e bloquear completamente a sua visão
Glaucoma neovascular; e’ uma complicação tardia da Retinopatia Diabética causada pela formação dos neovasos na íris (parte mais visível e colorida do olho) que podem bloquear o escoamento normal do humor aquoso (liquido presente na parte anterior do olho). A pressão no olho aumenta, o que representa uma condição particularmente grave que pode causar danos irreversíveis ao nervo óptico.
Sintomas da Retinopatia Diabética:
A medida que a doença progride, os sintomas podem incluir:
Pontos pretos, manchas flutuantes ou alterações similares a teias de aranha na visão (chamadas de “moscas volantes”)
Visão turva ou visão embaçada
Visão que muda periodicamente de borrada para clara
Perda de visão central ou periférica.
Em geral, a retinopatia diabética leva anos para se desenvolver, por isso é importante ter exames oftalmológicos regulares. A Academia Americana de Oftalmologia recomenda o seguinte (Intervalo no seguimento dos pacientes)
Sem retinopatia ou RDNP leve: avaliação anual.
RDNP moderada sem edema macular: avaliação a cada 6 meses.
RDNP leve ou moderada com edema macular: avaliação a cada 3-4 meses.
RDNP grave: avaliação a cada 3-4 meses.
RDP: avaliação mensal.
Durante a gravidez: Mulheres grávidas com diabetes devem marcar uma consulta com seu oftalmologista no primeiro trimestre, pois a retinopatia pode progredir rapidamente durante a gravidez.
Tratamento
O melhor tratamento para a retinopatia diabética é a prevenção. O controle rigoroso do açúcar no sangue irá reduzir significativamente o risco a longo prazo de perda de visão; uma redução de 1% na hemoglobina glicada (A1C) reduz o risco de RD em 40%, controle da hipertensão arterial (10 mmHg de redução na PA sistólica reduz o risco de progressão da RD em 35%). Geralmente, o tratamento não cura a retinopatia diabética nem costuma restaurar a visão normal, mas pode retardar a progressão da perda de visão. Sem tratamento, a retinopatia diabética progride continuamente. O controle cuidadoso do diabetes com uma dieta adequada, uso de pílulas hipoglicemiantes, insulina ou com uma combinação desses tratamentos, prescritos pelo médico endocrinologista, são a principal forma de evitar a retinopatia diabética.
Fotocoagulação por raio laser: é o procedimento pelo qual pequenas áreas da retina doente são cauterizadas com a luz de um raio-laser na tentativa de prevenir o processo de hemorragia. O ideal é que esse tratamento seja administrado no início da doença, possibilitando melhores resultados, por isso é extremamente importante a consulta periódica com seu oftalmologista.
Vitrectomia posterior (VVPP) é um procedimento cirúrgico que tem o objetivo de remover o gel vítreo (fluido gelatinoso e transparente que ocupa a maior parte do globo ocular, cuja função é absorver impactos e manter o formato do olho), hemorragias e tecido fibroso. O procedimento é realizado com a utilização de um aparelho chamado vitreófago, o qual é capaz de remover o vítreo. Assim, é possível substitui-lopor solução salina, gás ou óleo de silicone nos caso mais graves Ela é indicada na retinopatia diabética, hemorragia vítrea e outras doenças.
Injeção de medicamentos no vítreo, em alguns casos, os medicamentos (anti-VEGF) podem ser usados para ajudar no tratamento da retinopatia diabética.
Se você tem diabetes, consulte seu oftalmologista para realizar um exame de fundo de olho sobre dilatação, mesmo que sua visão pareça normal, pois é importante detectar os estágios iniciais da doença.
Fontes: https://www.aao.org
Responsável: Dr. Ever Ernesto Caso Rodriguez | CRM-SP: 160.376
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