CERATOCONE, Diagnóstico e Tratamento

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O Ceratocone é uma doença degenerativa progressiva da córnea que ocorre em 1 cada 2 mil pessoas, há um afinamento central ou paracentral, geralmente inferior, resultando no abaulamento anterior da córnea, na forma de cone. A apresentação é geralmente bilateral e assimétrica.

Figura 1. Imagem da córnea normal (a , b)

Figura 2. Imagem da córnea com ceratocone avançado (a,b). Sinal de Munson (c) é característico de casos avançados de ceratocone, causado pela córnea em forma de cone pressionando para dentro da pálpebra

Evidencias atuais mostram que o principal fator de risco para causar e / ou levar à progressão do Ceratocone é coçar os olhos. Por isso, os pacientes com alergia ocular que coçam os olhos têm maior risco de ter Ceratocone.

História familiar está presente de 6 a 8% dos casos, sugerindo herança familiar. Seu aparecimento mais comum ocorre na puberdade, geralmente entre os 13 e os 18 anos de idade, progride por aproximadamente 6 a 8 anos e, após, tende a permanecer estável.

Sinais clínicos:

Os primeiros sinais de Ceratocone geralmente são: visão embaçada e mudanças frequentes na prescrição de óculos, ou visão que não pode ser corrigida com óculos.

Outros sintomas podem incluir:

• Irritação nos olhos, coceira excessiva dos olhos

• Dores de cabeça e dor ocular

• Enxergar imagens “fantasma”

• Hipersensibilidade à luz

• Maior miopia ou astigmatismo

Figura 3. Hidropsia e cicatriz da córnea no ceratocone na biomicroscopia (a) e no OCT de segmento anterior (b)

Figura 4. Diferenças entre imagem nítida ( córnea normal) e deformada ( córnea com ceratocone)

Como o Ceratocone é diagnosticado?

O Ceratocone pode ser diagnosticado com um exame oftalmológico de rotina. Seu oftalmologista examinará sua córnea na lâmpada de fenda.

O oftalmologista também pode gerar um mapa da superfície da córnea com um computador especial (Topografia da córnea /Pentacam- Tomografia de córnea). Esta imagem pode fornecer um exame mais acurado da córnea e mostrar irregularidades precocemente.

Figura 5. Topografia comparativa de córnea normal e ceratocone

Figura 6. Topografia axial de córnea normal (6a) e ceratocone avançado (6b)

TRATAMENTO

Ceratocone é uma doença que necessita de diagnóstico precoce para interromper sua progressão e possibilitar a um tratamento bem-sucedido. Nos últimos anos, novos tratamentos foram desenvolvidos para ajudar a estabilizá-lo em seus estágios iniciais, para que não sejam necessários mais tratamentos cirúrgicos.

O tratamento do ceratocone depende dos sintomas. Quando os sintomas são leves, a visão pode ser corrigida com óculos. Posteriormente, você pode precisar de lentes de contato que ajudam a manter o foco de visão adequado.

Figura 7. Lente de contato rígida corneana (a) escleral (b).

Estas são outras formas em que o oftalmologista pode tratar o ceratocone:

• Anel intracorneano: É um pequeno dispositivo curvo que o oftalmologista coloca cirurgicamente na córnea. Ajudam a aplanar a curva da córnea para melhorar a visão.

Figura 8. Anel intracorneano

• Cross-linking da córnea : O oftalmologista usa uma luz UV especial e colírio para fortalecer a córnea. Isso ajuda a aplanar ou endurecer a córnea e evitar que fique mais protuberante.

Figura 9. Cross-linking da córnea

• Transplante de córnea: Quando você tem sintomas graves, o oftalmologista pode recomendar um transplante de córnea, é indicado para os casos mais avançados ou com cicatrizes extensas que não melhoram com lentes de contato. Isto consiste em substituir toda (transplante penetrante) ou parte da córnea (DALK) doente por um tecido saudável da córnea de um doador.

Figura 10. Transplante penetrante de córnea

Figura 11. Tipos de transplante de córnea no ceratocone: Transplante penetrante (b). Transplante lamelar anterior profundo – DALK (c)

Lembrar sempre de "Não esfregar os olhos". Isso pode danificar o tecido fino da córnea e piorar os sintomas. Seu oftalmologista poderá prescrever medicamentos para controlar suas alergias.

Um experimento realizado na Fundação Rothschild feito com aquisição de imagens dinâmicas de ressonância magnética mostra quando as diferentes estruturas oculares (principalmente a córnea) são maltratadas após esfregar os olhos. Para mais informações sobre o experimento supracitado, assista o vídeo sobre o tema.

Responsável: Dra. Yandely Ch.| CRM-SP: 154.787

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