Quimioterapia e Alterações Oculares: Como Proteger Seus Olhos Durante o Tratamento
- Dr. Ever Rodriguez
- 29 de mar.
- 4 min de leitura
A Quimioterapia revolucionou o Tratamento do Câncer, aumentando a sobrevida de muitos pacientes. No entanto, esses medicamentos também podem afetar tecidos saudáveis, incluindo os olhos, levando a diversas alterações visuais.
Compreender os possíveis impactos da quimioterapia na visão é fundamental para identificar precocemente os sintomas e buscar acompanhamento oftalmológico adequado. Neste artigo, explicamos os principais efeitos oculares desse tratamento e como proteger a saúde dos seus olhos.

Como a Quimioterapia Afeta os Olhos?
Os medicamentos quimioterápicos agem impedindo o crescimento das células cancerígenas, atuando de forma sistêmica. Como os olhos possuem uma rede vascular complexa e são formados por tecidos sensíveis, esses fármacos podem causar inflamações, ressecamento ocular, alterações na retina e na córnea, além de outros efeitos adversos.
Os impactos variam de acordo com o tipo de quimioterapia, a dose administrada, o tempo de tratamento e as características individuais do paciente. Em alguns casos, os sintomas desaparecem após o término do tratamento; em outros, podem persistir ou levar a complicações que exigem cuidados oftalmológicos especializados.
Principais Alterações Oculares Causadas pela Quimioterapia
1. Olho Seco e Lacrimejamento Excessivo
A Quimioterapia pode afetar a produção da camada lipídica das lágrimas, causando um desequilíbrio na lubrificação ocular. Isso pode resultar em:
Sensação de areia nos olhos.
Ardência e coceira.
Vermelhidão e irritação.
Sensibilidade ao vento ou ao ar-condicionado.
Episódios de lacrimejamento reflexo devido ao ressecamento extremo.
O Tratamento inclui o uso de lágrimas artificiais, umidificadores de ambiente e compressas mornas para aliviar os sintomas.
2. Visão Turva e Sensibilidade à Luz
Pacientes em Quimioterapia podem perceber a visão embaçada, especialmente ao olhar para telas ou ao ler. Essa alteração pode ser causada por:
Ressecamento da superfície ocular.
Inflamação da córnea ou da retina.
Efeitos temporários dos medicamentos no nervo óptico.
Além disso, alguns pacientes desenvolvem fotossensibilidade, tornando-se mais sensíveis à luz solar e às luzes artificiais intensas. O uso de óculos de sol com filtro UV pode ajudar a minimizar esse desconforto.
3. Hemorragias e Edema Retiniano
Algumas classes de quimioterápicos, como os inibidores de tirosina quinase, podem afetar os vasos sanguíneos da retina, levando a:
Pequenas hemorragias retinianas.
Inchaço da retina (edema macular).
Perda de nitidez na visão central.
Essas alterações exigem acompanhamento oftalmológico para evitar danos irreversíveis à visão.

4. Uveíte (Inflamação Ocular)
A Uveíte é uma inflamação na camada média do olho (úrea), que pode ser desencadeada por certos quimioterápicos, como os inibidores de BRAF e MEK (usados contra melanoma). Os sintomas incluem:
Olhos vermelhos e doloridos.
Fotofobia (sensibilidade à luz intensa).
Visão turva.
Manchas escuras na visão (moscas volantes).
O Tratamento pode envolver o uso de colírios anti-inflamatórios ou, em casos mais graves, corticosteróides sistemicos sob supervisão médica.
5. Oclusão da Veia Retiniana e Descolamento de Retina
Certos quimioterápicos podem aumentar o risco de problemas vasculares oculares, como:
Obstrução da circulação sanguínea na retina (oclusão da veia retiniana), que pode causar visão subitamente embaçada ou perda de campo visual.
Descolamento de retina, caracterizado pelo surgimento de flashes de luz, sombra na visão periférica ou uma cortina escura que se move no campo de visão.
Essas condições exigem atendimento oftalmológico imediato para evitar complicações irreversíveis.
6. Alterações na Pressão Ocular (Glaucoma e Hipertensão Ocular)
Embora seja menos comum, alguns medicamentos usados para tratar câncer de mama ou leucemia podem aumentar a pressão dentro do olho, elevando o risco de glaucoma. O acompanhamento oftalmológico é essencial para detectar esse problema precocemente.
7. Distúrbios Visuais Temporários
Pacientes em tratamento com inibidores de ALK (para câncer de pulmão) podem perceber flashes de luz, rastros brilhantes ou até imagens invertidas por alguns segundos. Esses sintomas, apesar de assustadores, geralmente desaparecem com o tempo e não causam danos permanentes.
Como Proteger Sua Visão Durante a Quimioterapia?
Realize consultas oftalmológicas regulares: Pacientes em tratamento oncológico devem realizar exames oftalmológicos frequentes para detectar precocemente possíveis alterações e evitar complicações.
Mantenha os olhos bem lubrificados: O uso de lágrimas artificiais sem conservantes pode aliviar sintomas de olho seco e evitar irritações. Em casos mais graves, seu oftalmologista pode recomendar colírios anti-inflamatórios ou até tampões lacrimais.
Evite ambientes secos e poluídos: Locais com ar-condicionado ou baixa umidade podem agravar o ressecamento ocular. O uso de umidificadores de ambiente pode ajudar a manter a umidade ideal.
Use óculos com filtro UV: Óculos de sol com proteção ultravioleta ajudam a reduzir a sensibilidade à luz e protegem a retina contra possíveis danos.
Fique atento a sintomas persistentes: Se perceber visão turva, dor ocular intensa, manchas na visão ou flashes luminosos, procure um oftalmologista imediatamente.
Conclusão
A Quimioterapia pode salvar vidas, mas seus efeitos colaterais sobre a visão não devem ser ignorados. O acompanhamento oftalmológico durante o tratamento oncológico é essencial para manter a qualidade da visão e prevenir complicações mais graves.
Se você ou um familiar está em tratamento e percebe qualquer alteração na visão, não hesite em buscar um especialista. O cuidado com os olhos é parte fundamental do seu bem-estar durante essa jornada.
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Responsável: Dr. Ever Ernesto Caso Rodriguez | CRM-SP: 160.376
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